quinta-feira, 3 de abril de 2014

CITAÇÃO POR HORA CERTA NO PROCESSO DE EXECUÇÃO

CITAÇÃO POR HORA CERTA NO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Inicialmente, importante mencionar que a citação por hora certa não tinha cabimento no processo de execução. Esse entendimento tinha por fundamento a ausência de previsão legal específica no Código de Processo Civil.

Entretanto, é possível afirmar que tal entendimento não tem prevalecido de forma majoritária em algumas causas judiciais, tendo sempre o Julgador observado o caso em questão, para que se verifique a real possibilidade de aplicação desta modalidade.

Não se pode olvidar que para aplicação da citação por hora certa no processo de execução, deve haver evidências concretas de que o executado esquiva-se de receber a intimação levada pelo Sr. Oficial de Justiça, obstando, destarte, o regular andamento da execução, com o intuito de postergar, ao máximo, a formação da tríade processual.

Com base nisso e na intelecção do artigo 598 do Código de Processo Civil, que preleciona a aplicabilidade subsidiária das disposições do processo de conhecimento à execução, é possível defender a tese de aplicabilidade da citação por hora certa, nos casos em que houver suspeita de ocultação do réu, no processo de conhecimento.

Nesse sentido, o Colendo Superior Tribunal de Justiça1 já se manifestou, cujo Ministro Relator foi César Asfor Rocha, in verbis:

PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DEVEDOR QUE SE OCULTA. CITAÇÃO POR HORA CERTA. POSSIBILIDADE.

Uma vez verificado nos autos que o executado evita o contato pessoal com o oficial de justiça, como no caso, furtivamente se esquivando da execução forçada do título extrajudicial, pode o credor se valer do que disposto no art. 227 do Código de Processo Civil, requerendo a citação por hora certa do devedor.

Recurso especial conhecido e provido.

À medida que se tem a necessidade de citar o executado, no entanto, nota-se que o mesmo esquiva-se de tal ato, compreende-se a necessidade da citação por certa nas ações de execução como “alternativa para a efetividade da prestação jurisdicional de forma mais célere, bem como a adoção de mecanismos aptos a impedirem que os executados obtenham êxito em seu intento de postergarem o pagamento devido”.2

O ilustre Cândido Rangel Dinamarco ensina que tanto a citação por edital quanto a citação com hora certa “representam uma conciliação entre a necessidade de citar, como exigência da garantia constitucional do contraditório, e a promessa constitucional de tutela jurisdicional, que ficaria comprometida se, por impossibilidade de fazer a citação real, o processo deixasse de prosseguir”.3

Com efeito, a citação por hora certa, “tem lugar quando, após três tentativas frustradas do oficial de justiça – em horário em que presumivelmente a pessoa ali deveria estar -, existe suspeita de que o citando esteja intencionalmente se ocultando”.4

“Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar”.

Assim sendo, o oficial de justiça, independentemente de determinação judicial, verificando a suspeita de ocultação do citando, poderá realizar a citação por hora certa, que se dará por meio da comunicação a uma pessoa próxima ao citando (família, vizinho, funcionário da empresa, etc.) de que irá retornar no dia seguinte, em determinada hora, para nova tentativa de conciliação.

Caso novamente não seja encontrado o citando, será, feita a citação pelo oficial de justiça entregando a contrafé para a pessoa anteriormente contatada, lavrando-se a competente certidão, relatando o ocorrido e sendo posteriormente enviada “carta, telegrama ou radiograma” 5 ao demandado.

Dando continuidade, surge a dúvida quando um dos executados já citado, inclusive, já ofereceu bens à penhora, no entanto, os demais executados não são encontrados, como deveria proceder o oficial de justiça.

Observe-se que nessa hipótese não há mais que se falar em arresto de bens dos co-executados, haja vista que já foram oferecidos bens à penhora por um dos devedores, não sendo possível aplicar a regra contida no artigo 654 do Código de Processo Civil, que prevê a realização do arresto e logo após a citação por edital.

Constata-se, assim, que a Lei processual estabeleceu uma regra especial a ser seguida na hipótese de não ser possível a localização do executado, em detrimento da regra geral insculpida no artigo 227.

Contudo, estando afastada a possibilidade de arresto, procedimento excludente da regra geral e, por conseguinte, da citação por hora certa, não mais existe qualquer óbice para que assim se proceda, o que, aliás, encontra-se em total consonância com o princípio da celeridade e com a efetividade do processo. Afinal, agora não mais é possível a aplicação da regra especial (arresto seguido de citação postal), o que impõe que se volte a observar a regra geral, tornando possível a realização da citação por hora certa.

Deve-se mencionar a existência da Súmula nº 196 do Superior Tribunal de Justiça, confirmando a possibilidade de citação por hora certa nas execuções, in verbis:

“Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos”.(grifo nosso)

Cumpre observar, ainda, que a citação por hora certa é a medida mais justa a se aplicar nessas circunstâncias, uma vez que evita que o exeqüente seja obrigado a desembolsar a quantia necessária para realização da citação por edital.

Aliás, pode-se argumentar que a citação por edital seria menos benéfica aos executados do que a citação por hora certa, eis que nesta existe maior probabilidade de que os mesmos estejam presentes na hora que for designada pelo oficial de justiça para receber a contra-fé (ou dela ficarão cientes) ao passo que na citação por edital haverá apenas e tão somente a presunção de que houve a comunicação da existência da demanda.

Somente a título de informação, deve-se noticiar que os eminentes Theotonio Negrão e José Roberto F. Gouvêa não concordam com o entendimento esposado neste trabalho, ou seja, anotam que nas ações executórias não cabem a citação por hora certa (conforme intelecção dos artigos 653 e 654 do Código de Processo Civil), seguidos do entendimento: RT 618/196; JTA 60/91, 74/38, 96/305 e 103/209.

Emanando deste mesmo entendimento, João Roberto Parizatto afirma que na citação do processo de execução é incabível a incidência do artigo 227 do CPC, isto é, a hora certa usada pelo oficial de justiça, quando o devedor esteja se ocultando da citação ou haja suspeita da ocultação do citando.6

Contrariando, também, estes entendimentos, o ilustre Prof. José Horácio Cintra Gonçalves Pereira7 entende ser possível a citação por hora certa no processo de execução, “seja porque presentes os requisitos para tanto, seja porque não há impedimentos legal nem afronta ao sistema da execução, numa interpretação sistemática”.

E finaliza: “Aliás, tal medida encontra respaldo no próprio artigo 620 do CPC e, por fim, porque seria o único meio hábil para interromper a prescrição”.

Coadunando deste entendimento – possibilidade da citação por hora certa na execução extrajudicial -, além da decisão do Recurso Especial já mencionada, imperioso, por fim, mencionar outras decisões, senão vejamos:

“CITAÇÃO – HORA CERTA – EXECUÇÃO

- Admissibilidade, em favor da celeridade e simplicidade, recomendadas pela revisão crítica da operatividade do processo executivo. Agravo de Instrumento provido. (1º TACIVIL – 9ª Câmara; AI nº 1.036.438-8 – Campinas/SP; Rel. Juiz José Luiz Gavião de Almeida; j. 28/8/2001; v.u).”

“PENHORA – EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL – CHEQUE – PRETENSÃO DE INTIMAÇÃO POR HORA CERTA INDEFERIDA – POSSIBILIDADE

Ausência de vedação legal. Indícios de ocultação da executada. Aplicação dos arts. 227 e 228 do Código de Processo Civil. Recurso provido. (1º TACIVIL – 8ª Câmara; AI nº 1.074.318-5 – SP; Rel. Juiz Grava Brazil; j. 3/4/2002; v.u.)”

“CITAÇÃO – HORA CERTA – PROCESSUAL CIVIL

- Recurso Especial. Citação com certa em processo de execução extrajudicial. Possibilidade. Conforme disposto no art. 227 do Código de Processo Civil, ocorre a citação com hora certa quando há suspeita de ocultação por parte do réu, procurado três vezes em sua residência. Essa forma de citação é aplicável tanto ao processo de conhecimento, quanto aos demais processos, incluindo-se o de execução, por força da subsidiariedade prevista no art. 598 do mesmo estatuto. Recurso Especial provido (STJ – 3ª T.; Resp nº 673.945-SP; Rel. Min. Castro Filho; j. 25/9/2006; v.u.)”

“CITAÇÃO POR HORA CERTA – POSSIBILIDADE – RECURSO PROVIDO PARA ADMITÍ-LA, DESDE QUE PREENCHIDOS OS REQUISITOS LEGAIS, POR MAIORIA DE VOTOS

(...) Não se lhe aplicam, pois, as restrições inerentes à ação de execução. Por isso, não se justifica a alegada impossibilidade de citação por hora certa.

Isto posto, dá-se provimento ao recurso para admitir, uma vez preenchidos os requisitos legais, em especial a suspeita de ocultação, a citação por hora certa. (1º TACIVIL – 8ª Câmara; AI nº 690.240-3 – Guarulhos/SP; Rel. Juiz Franklin Nogueira; j. 25/9/1996)”

____________

1 Recurso Especial nº 286.709/SP
2GARCIA, André Almeida. Execução no processo civil - novidades & tendências. São Paulo: ed. Método.
3DINAMARCO, Cândido Rangel. Execução Civil. 4. ed. Ver., atual e ampl. São Paulo: Malheiros. 1994.
4José Carlos Barbosa Moreira ressalta que “não basta a tríplice procura, sem êxito, no domicílio ou residência; inexistindo razão de suspeita, cumpre ao oficial voltar outras vezes ao procurar o citando noutro local em que se afigure mais fácil encontrá-lo” (O novo processo civil brasileiro, 22. ed. rev. e atual., Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 29).
5Art. 229 do Código de Processo Civil
6DINAMARCO, Cândido Rangel. Das citações e das intimações cíveis e criminais. 2. ed. Rio de Janeiro: Aide, 1992. p. 100.
7PEREIRA, José Horácio Cintra Gonçalves. Execução Civil e cumprimento da sentença. Coordenação Gilberto Gomes Bruschi

 

domingo, 30 de março de 2014

A Origem do Povo Judeu (+playlist)


Tribo Iny - "Inã" - Palestra Unifan (+playlist)


12 Anos de Escravidão 2013 - Roll Jordan Roll. Sgt Matos


Sequência Didática A Escravidão no Brasil Colonial


Sequência Didática A Escravidão no Brasil Colonial (Aula de História)












IRINEU APARECIDO MATOS

 

 

 

CURSO DE HISTÓRIA

FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DO ENSINO DE HISTÓRIA

 

 

SEQUENCIA DIDÁTICA (9º ANO)

 



 

Autor: Robert Higgs um scholar adjunto do Mises Institute,

é o diretor de pesquisa do Independent Institute.
http://mises.org.br/Article.aspx?id=681

 

 

A ESCRAVIDÃO NO BRASIL COLONIAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aparecida de Goiânia-GO

2014/1



SEQUÊNCIA DIDÁTICA

 
A ESCRAVIDÃO NO BRASIL COLONIAL

 

Apresentação:

Essa sequência didática foi elaborada como material de auxílio para aula de história para o 9º ano, a qual esclarecerá quebrando tabus a respeito da escravidão no Brasil em seu período colonial que se deu do Século XVI até a abolição da escravatura já no Século XIX. Sendo que o livro didático não suporta alto grau de informações como a violência, o sequestro, o abuso o descaso. Não será atinado questões de cunho sociais pós escravatura, pois o objetivo se dá na mostra do que era movimentado a colônia no Brasil, que era o trabalho escravo. Negros, pessoas comuns que eram retiradas de seu meio, de sua terra, de seu país, perdendo assim sua cidadania, chegando em aglomerados no Brasil, recebendo um novo nome, um documento a ser possuído e o título de escravo.

 

Introdução – Justificativa:

Essa sequência didática é aberta, então pode-se trazer mais pesquisas para ela, assim como novas marcações temporais (exemplos de marcações temporais: História do Brasil, Colonial, Republicano, Escravista e etc). Entretanto é recomendado que novas informações sobre o mesmo período/momento escravista histórico estejam presentes, para assim poder-se consubstanciar informações fundadas historicamente.

O objetivo central da atividade é mostrar ao aluno que ingressará no ensino médio que seu País para chegar ao desenvolvimento tecnológico que chegou careceu do trabalho explorativo, abusivo e desumano intitulado escravidão.

Com isso aduziremos o desenvolver desta rápida Sequencia Didática.

 

Público Alvo

            Tem-se a intenção de atingir alunos da rede pública de ensino do 9º ano, de Aparecida de Goiânia-GO, bem como divulgar para outras redes de ensino que se fizerem interessadas, tanto no Estado de Goiás como em qualquer outro estado da federação.

 

Objetivos gerais

a.       Trabalhar a história do Brasil no tange especificamente a escravidão de negros no Brasil até sua abolição.

b.      Trabalhar com diferentes tipos de documentos pra analisar um assunto;

Repassar o infame abuso que pessoas ditas superiores cometiam no período escravista

 

Objetivos específicos

a.       Construir um imaginário em torno da Brasil considerando suas bases culturais indígenas antes da chegada dos colonizadores Portugueses.

 

Previsão de aulas na Sequencia Didática

a.       Um Bimestre, 8 semanas, 8 aulas de história

 

Eixos temáticos

a.       Diversidade cultural

b.      Terra, propriedade, posse, escravidão

c.       Leis, insuportabilidade e abolição da escravatura

 

Expectativas da aprendizagem

a.       É esperando que o aluno do 9º ano desenvolva seu tirocínio e escolhas quanto ao que trabalhar, o porquê de tudo tem que fazer parte de sua estrutura educacional.

b.      Questionamentos estudantis são benéficos para seu aprendizado como pessoa onde poderá compartilhar seus descobrimentos com seus parceiros, colegas, amigos e familiares.

 

Material necessário

a.       Sala de aula, iconografias, fotografias, imagens e texto

 

 

 

 

PRIMEIRA PARTE

Desenvolvimento da sequência didática em sala de aula

(Esta primeira parte da sequência deverá ser desenvolvida em quatro aulas: tempo necessário para avaliar ícones, fotografias do Brasil violento, refletir sobre os elementos questionados e escrever os aspectos aprendidos e o desenvolvimento enquanto trabalho em grupo)

 

Professor, a cada aula dois grupos faram a apresentação de motivos

 

Questões para reflexão e ambientação com o tema

a.       Perguntar aos alunos o que eles sabem sobre a Escravidão no Brasil?

b.      O que sabem sobre a vida anterior ao trágico sequestro dos africanos enquanto cultura, mitos e religiões?

c.       Divida a sala em oito grupos e para cada um deles distribua quatro fotografias pertinentes a didática metodológica em questão, sendo o primeiro grupo mapas do continente africano, segundo dos países, terceiro população, quarto suas tribos, quinto o cotidiano nas tribos, caça e agricultura, sexto o sequestro, sétimo o comércio escravista e a separação de famílias e oitavo a vida que aqui eram submetidos sob todo tipo de violência, grilhões, troncos e enforcamentos, peça que discutam sobre cada etapa entre o próprio grupo não mais que a metade da aula, repassando de grupo a grupo todas as fotografias em ordem de forma subsequente:

 

Grupo 1 – Mapa continente Africano



Após apresentação dos mapas, o Professor:

a.       Pergunta aos alunos o que eles veem no mapa?

b.      Descreve os elementos que chamam atenção

c.       Sobre a extensão de terra do continente Africano em face ao continente Americano, e da Europa dominadora

d.      A facilidade de rota marítima para se traficar pessoas daquele continente para o Americano

 

Grupo 2 – Países da África



O Professor:

a.       Identificará com os alunos a quantidade de nomenclaturas, a quantidade de subdivisões continentais e a população

 

Grupo 3 – população

 

 

 

 


 

O Professor:

a.       Fará com que os alunos identifiquem quão tão grande era e tão grande é a população africana

 

Grupo 4 – tribos


O Professor:

a.       Mostre aos alunos que a exemplo do índio do Brasil as tribos africanas são distintas nãos existem hegemonias, contudo aqui vieram e se misturaram com ardiloso comércio negreiro. Aceite todo e qualquer questionamento a respeito do tema, para ajudar o desenvolvimento crítico de cada aluno.

 

 

 

 

 

 

Grupo 5 – cotidiano nas tribos agricultura, caça e pesca

 



O Professor:

a.       Pergunte aos alunos quanto as identificações visuais como era a sobrevivência dos habitantes naquele continente africano, como praticavam a agricultura a caça e a pesca. Ouça dos alunos exemplos das práticas familiares existentes na comunidade escolar.

 

 

 

 

 

Grupo 6 – o sequestro


O Professor:

a.       Mostre aos alunos que a subjugação acontecia entre etnias distintas africanas, povos mais fortes dominavam os mais fracos ou vulneráveis, o caçador português, o europeu e os inimigos tribais contribuíram em muito para a expansão deste comércio.

 

Grupo 7 – O comércio escravista e a separação de famílias


 

O Professor:

a.       Faça com que os alunos pensem e questionem o custo benefício daquela prática escravista, desenvolver a crítica construtiva, pejorativa e até mesmo destrutiva quanto ao comércio negreiro.

b.      Deixe livre os pensamentos para se ver demonstrado os benefícios recebidos por alguns naquela época, bem como as perdas, os danos irreparáveis que cada família escravizada sofria com a proliferação daquele comércio

 

 

Grupo 8 – a vida, que aqui eram submetidos sob todo tipo de violência, grilhões, troncos e enforcamentos


 

O Professor:

a.       Como na iconografia deixe com que o aluno transcreva a sua realidade enquanto identificador visual das barbaridades mostradas em fotografias.

b.      O aluno pensante deve relatar defendendo a tese escravista se entender necessária ou a tese da não escravatura, escolhendo uma para a abordagem

 

O Professor: 

a.       Após o levantamento destas situações o professor distribui informações que contribuam para maior entendimento acerca do tema.

b.      Pode ser realizada uma exposição, rápida, de argumentos tomando como base um texto sobre a escravidão no Brasil no período colonial. Como exemplo o da autora, Andrea Santos Pessanha, História do Brasil, Abolição da escravatura, Editora: Quartet.

 

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NO BRASIL
 
História Da Abolição Da Escravatura No Brasil, Os Abolicionistas, Resumo, Lei Áurea Decretada Pela Princesa Isabel Em 1888, A Questão Da Escravidão No Brasil Império.
Contexto Histórico da abolição da escravatura
No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia no Brasil trabalhadores para a realização de trabalhos manuais pesados. Os portugueses colonizadores tentaram usar o trabalho indígena nas lavouras. A escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se posicionaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Logo, os colonizadores buscaram uma outra alternativa. Eles buscaram negros na África para submetê-los à força ao trabalho escravo em sua colônia. Foi neste contexto que começou a entrada dos escravos africanos no Brasil.
 
Como era a escravidão no Brasil
Os negros africanos, trazidos da África, eram transportados nos porões dos navios negreiros. Em função das péssimas condições deste meio de transporte desumano, muitos morreram durante a viagem. Após desembarcaram no Brasil eram comprados como mercadorias por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta. 
Embora muitos considerassem normal e aceitável, a escravidão naquela época, havia aqueles que eram contra este tipo de prática, porém eram a minoria e não tinham influência política para mudar a situação. Contudo, a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve o sistema escravista por tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil contava quase que exclusivamente com o trabalho escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas minas. As providências para a libertação dos escravos, de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser tomadas lentamente.
O início do processo de libertação dos escravos e fim da escravidão 
Na segunda metade do século XIX surgiu o movimento abolicionista, que defendia a abolição da escravidão no Brasil. Joaquim Nabuco foi um dos principais abolicionistas deste período.
A região Sul do Brasil passou a empregar trabalhadores assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros, a partir de 1870.  Na região Norte, as usinas produtoras de açúcar substituíram os primitivos engenhos, fato que possibilitou o uso de um número menor de escravos. Já nos principais centros urbanos, era grande a necessidade do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo financeiros aos proprietários rurais, o governo brasileiro, pressionado pelo Reino Unido, foi alcançando seus objetivos lentamente. 
A primeira etapa do processo foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre. Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei.
No ano de 1885, foi promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade.
Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso país. 
 
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA:
Da abolição da escravatura à abolição da miséria - a vida e as ideias de André Rebouças
Autor: PESSANHA, Andrea Santos, História do Brasil, Abolição da escravatura, Editora: Quartet 

 

c.       Ao final das discussões peça que cada grupo elabore um pequeno resumo escrito em tópicos e apresente os elementos que discutiram sintetizados sobre a própria escravidão no brasil.

d.      Peça que este resumo estabeleça o que foi demonstrado entre os grupos da extensão territorial a forma como que viviam antes de serem tomados como cativos, o cativeiro propriamente dito até a escravidão.

e.       Indique os pontos trabalhados durante a aula e o que eles entenderam sobre eles.

    

Reflexão para todos os grupos

Professor deixe claro aos alunos quanto a mixigenação e origem do povo brasileiro.

O Brasil é o segundo país onde mais existem negros, tendo apenas a África como maior número de nativos negros, pois 40% de todos os escravos retirados de lá vieram para o Brasil, com raríssimas exceções, quase todas ainda não conhecidas, o brasileiro nato, tem sangue índio, negro e europeu.

Assim fica praticamente impossível  saber se existe no Brasil um branco puro sem nenhum antepassado escravo ou um negro, mestiço puro sem nenhum antepassado escravista ou até mesmo índio, pois no período de colonização do Brasil as etnias se misturaram, tanto com o livre consenso como também a força, pela pura vontade e desejo.

 

O Professor:

a.       Nesse momento exponha para o grupo a pergunta abaixo, no quadro ou oralmente

 

QUÃO GRANDE É A RESPONSABILIDADE DOS BRASILEIROS ESCRAVISTAS NO PERÍODO COLONIAL DO BRASIL, EM SEREM PELO DEMONSTRADO PROLIFERADORES DE ABUSOS E VIOLÊNCIAS ABSURDAS FRENTE AOS NOSSOS ANTEPASSADOS.

 

O Professor:

a.       Você deve incentivar os alunos a expressarem suas ideias a respeito desta questão e registrá-las e fazer as considerações que achar necessário

b.      Dê um tempo para que os alunos registrem as informações

c.       Proponha à turma a produção individual de um texto sobre o conteúdo estudado, sendo que você poderá fazer o roteiro junto com os estudantes.

 

SEGUNDA PARTE

Filmes

(Compartilhar com os alunos documentários e filmes históricos sobre o descobrimento, o tráfico negreiro, até a abolição da escravatura, tendo como exemplo o filme Quilombo, Luso Brasileiro - A Ilha dos Escravos)

Desenvolver esta segunda parte da atividade em três aulas, duas aulas para assistirem os filmes e uma para desenvolverem debates, cada filme é tema para o debate e formulação de texto, resumo do que foi visto.

 

O Professor:

a.       Os filmes tem que ser assistidos com atenção total dos alunos cabendo ao professor despertar em suas aulas, pesquisas o interesse mútuo da sala.

b.      Além disto, cada aluno deve estar focado no conhecimento a ser adquirido com caderno em mãos pra já fazerem suas anotações pessoais.

c.       E ao longo do filme o formule questões:

d.      Distribua-as, uma para cada grupo:

Grupo 1

a.       Quem é o diretor deste filme?

 

Grupo 2

b.      Através do título, sobre o que o filme realmente retrata?

 

Grupo 3

c.       Qual região do continente você acha que ele descreve? Por quê?

 

Grupo 4

d.      Você diria que este filme foi produzido ante ou durante a colonização

 

Grupo 5

e.       Qual época do ano ele descreve?

 

Grupo 6

f.       Qual é a alimentação que está presente na narrativa?

 

Grupo 7

g.      Esta história tem elementos do real, quais? (o professor deve lembrar que para criar o mito são utilizados elementos do mundo real)

 

Grupo 8

h.      Porque o escravo é usado como personagem principal nesta história, e a figura do colonizador é usada como personagem secundária?

 

Professor:

a.       Encerre a aula retomando os elementos trabalhados.

b.      Situe o tema no contexto histórico.

c.       Deixe claro a importância da história após pesquisas aprofundadas da realidade, a qual pode estar num mapa, num texto, num vídeo, em ícones, fotografias ou em qualquer outro lugar, uma vez que “Tudo é História”.

 

Orientações para o professor

a.       É interessante que o aluno perceba a importância do conhecimento histórico para realização deste tipo de trabalho, através destes questionamentos.

b.      Por isto torna-se necessário apontar diferenciações e aproximações entre as diferenças, a não abolição dos escravos e sim a sua libertação, neste caso, pode ser usado os mesmos materiais numa aula posterior, dotando de mais sentido ainda para o aluno as atividades desempenhadas.

c.       Os materiais devem ser apresentados na sequência dos grupos para que os alunos tenham informações extras a fim de que o conhecimento adquirido se torne mais significativo já que alguns elementos sobre Escravidão já estarão à disposição em seus conhecimentos prévios, auxiliando como ferramenta de análise.

d.      Além disto, é necessário trazer informações sobre o autor e sua obra. Outros materiais de apoio devem ser acrescentados.

e.       O trabalho coletivo estimula o aluno a ouvir e se concentrar, principalmente os do ensino fundamental que tendem a ser mais agitados.

f.       O professor pode explorar aspectos dos materiais com questões mais especificas, realizando um primeiro debate com mescla de perguntas, e um posterior diálogo completo após as atividades, finalizando mentalmente para o aluno todo o conteúdo apresentado no trabalho desenvolvido elucidando as novas informações apresentadas.

g.      Para “acionar” nos alunos os conhecimentos prévios é importante mencionar elementos que formem o conjunto deste conhecimento ao longo da atividade, ou seja, é interessante ir apontado pistas sobre a os acontecimentos, estabelecer relações com as aulas anteriores sobre os locais, os caminhos, os mapas, a vivencia, as situações que aqui estiveram, falar sobre pontos e elementos característicos daquela época, etc.

 

 

 

A última aula, a de número 8 para finalizar

a.       O professor deve fazer um apanhado geral, atendendo os já corrigidos textos produzidos pelos alunos, orientações devem ser de maneira fácil, rápida, marcante e sucinta para contribuir incentivando a pesquisa com os estudantes.

b.      Não se deve apenas teorizar todos os acontecimentos da escravatura no Brasil o professor tem que fazer chegar aos ouvidos do alunado dizeres que são de fácil entendimento para eles.

c.       As questões devem instigar os alunos a pensar no que já conhecem sobre a Escravidão e a uma avaliação sobre os aspectos que consideraram na hora de sua reflexão, estes foram positivos ou negativos, o intuito é também de perceber se estão reproduzindo o olhar negativista em torno do tema tratado, e possibilitar que percebam os conflitos em torno do imaginário criado sobre o país.

d.      Além disto, elas devem proporcionar um confronto do olhar “velho” com o “novo” de maneira que o aluno possa perceber os conteúdos históricos que foram acrescentados com as aulas.

e.       Sendo por isto necessário sempre retomar algumas questões inicialmente postas a eles.

f.       A discussão sobre a escravidão no Brasil no período colonial possibilita desconstruir aquela ideia que não houve tantos abusos, que não houveram tantas mortes desnecessárias e o arrastar de uma nação Africana que hoje se tornou brasileira.

g.      Como também constrói no imaginário do aluno como poderia ter sido o Brasil de hoje sem os abusos de ontem.

h.      Enfim, estas questões são apenas exemplos para realização da sequência elas podem ser modificadas ou acrescentadas de acordo com o que forem sendo trabalhado com textos, filmes, fotografias e qualquer outro material que ajude o aluno a desenvolver conhecimento, na verdade, eles devem servir como norteadores e instigadores da curiosidade e participação dos alunos.

i.        Esta sequência didática deve ser desenvolvida no mínimo em oito aulas e com alunos do 9º ano do ensino fundamental ou também do ensino médio.

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Emília Viotti da. A Abolição. Editora: Unesp

 

KOK, Gloria Porto; A Escravidão No Brasil Colonial - Col. Que História É Esta? - 7ª Ed. 2012. Saraiva

 

QUEVEDO, Júlio. A Escravidão no Brasil - Col. Para Conhecer Melhor. FTD